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sexta-feira

O Difícil-Fácil Caminho do Crer

Crer é a essência da relação com Deus. Sem fé é impossível agradar a Deus. Crer é o caminho. Tenho feito um esforço imenso em diminuir minha mania de racionalizar sobre tudo, e assim me entregar aos braços da fé.

Chegam momentos em que a dúvida assalta nosso banco de esperança e tenta minar nosso tesouro. Mas quem um dia não se achou num lugar de dúvida?

Aconteceu com João Batista. Preso, ele envia mensageiros a Jesus para perguntar se ele (Jesus) era mesmo o messias ou teriam de esperar outro. Logo ele que dera testemunho de que Jesus era ‘o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’, agora, numa situação difícil parece descrer e duvidar, do próprio testemunho que dera. Jesus então, cura muitas pessoas e manda dizer a João que curas são realizadas e aos pobres é anunciado o reino de Deus, pois essa era a sua obra!

Jesus não consegue fazer milagres numa cidade, porque ‘ o povo não cria nele’! Ou seja, o não crer, limita o poder de Deus em nossa vida, não que Deus seja um ser limitado, mas ele opera conforme a disposição de crer daquele que deseja ser beneficiado. Não é regra, mas no geral é assim que acontece.

Jesus disse que se tivéssemos fé do tamanho de uma pequena semente de mostarda, mudaríamos a geografia!

Crer é abrir as portas do céu! “Tudo que pedirdes a Deus, CRENDO recebereis”, disse Jesus. Estou aprendendo a crer. Temos que nos entregar como quem não tem medo de nada, como um filho que confia tanto no pai que se atira de cima um muro, acreditando que seu pai o segurará firme em suas mãos! Crer é confiar que nossa vida pertence a Deus ele cuida de cada um de nós.

Esse é um exercício que temos que aprender sempre! Creia e viva!

Moisés Almeida

Igrejas infectadas

Texto de Ricardo Gondim.

Aos 25 anos de idade, depois de várias febres, muita rouquidão e um péssimo hálito, dei o braço a torcer e aceitei que o médico operasse as minhas amídalas.

Resisti o quanto pude porque sabia que as amídalas existem para proteger as vias respiratórias. Contudo, o médico conseguiu me convencer de que as minhas estavam imprestáveis; tão infectadas que já não protegiam, mas contaminavam o resto do organismo. Só restava uma opção, arrancá-las fora. A partir daquele dia, aprendi que um órgão – qualquer um – pode perder a sua função original e passar a atacar o corpo.

Nas relações humanas e sociais acontece o mesmo.

Quando se perdem as finalidades originais, morrem casamentos, empresas, igrejas.

Serve o exemplo da família: pai e mãe devem oferecer um ambiente em que os filhos aprendam a ter confiança, segurança, dignidade. Mas quando acontecem muitas brigas com ódio, quando falta paz, aquela família perde a função de fomentar auto-estima e segurança. Assim, deixa de ajudar e passa a desajustar as crianças.

As religiões também podem virar amídalas infectadas. Bastar ver na história. Inúmeras igrejas criaram ambientes doentios e desumanizadores, quando deviam ser espaços de humanização. Devido a este site, recebo milhares de mensagens sobre assuntos variados, a grande maioria, entretanto, pede ajuda.

Muitos não suportam os sermões vazios com promessas mirabolantes e ameaças de maldição. Entristeço, mas fica óbvio para mim que as lógicas e práticas da igreja evangélica não consegue responder às complexidades do século XXI. Os espaços evangélicos estão febris.
É preciso detectar, rapidamente, onde a infecção se tornou aguda para combatê-la com doses maciças de antibióticos espirituais e éticos; com um bom diagnóstico não será preciso operar o foco da contaminação e ainda preservar o organismo.

Estão infectadas as igrejas que priorizam programas e não relacionamentos. Jesus não tratou a “igreja” como uma instituição, mas como uma comunidade. Igreja são mulheres e homens com um estilo de vida nobre, verdadeiro, que inspiram os outros a glorificar a Deus. Portanto, para o seu eterno propósito dar certo, Jesus não precisa de eventos sofisticados, basta que seus seguidores amem uns aos outros.

Estão infectadas as igrejas que priorizam poder e não serviço. Nas Escrituras, poder só tem sentido quando mobiliza para solidariedade, compaixão, humildade. A busca do poder pelo poder é luciferiana em sua essência. Jesus criou o mundo, mas se esvaziou, encarnou e morreu numa cruz. Os cristãos não almejam tronos, mas bacia e toalha para lavar os pés alheios. Sem esperar aplausos, sentem-se privilegiados de servirem.

Estão infectadas as igrejas que priorizam espetáculo e não discrição. Jesus ensinou que não se devem cobiçar os primeiros lugares; considerou que a autêntica piedade acontece num quarto de portas fechadas; falou que a mão esquerda não deve conhecer o que a direita oferece. Quando Jesus ressuscitou uma menina, respeitou a privacidade da família e não deixou que estranhos entrassem para testemunhar o milagre. Sobram exemplos de seu recato. Certamente, Jesus não se agrada de saber que alguns tentam transformar a fé num show.

Estão infectadas as igrejas que priorizam milagre e não coragem existencial. Paulo considerou tudo como esterco pela excelência do conhecimento de Cristo – esse, somente esse, deve ser o alvo da espiritualidade cristã. Não se cultua a Deus para descobrir um jeito certo de “alcançar milagre” ou para ter uma fé mais “eficiente”. No culto, celebra-se o amor gratuito e unilateral de Deus.

O Evangelho é boa notícia porque todos são aceitos sem exigências. Deus quer bem sem fazer distinção; não se ganha o favor de Deus com obras. Graça é o chão onde todos podem alicerçar a vida com liberdade e sem culpa. O cristão não precisa que Deus conserte as dificuldades da vida, basta a sua companhia.

O Apocalipse foi taxativo com uma igreja infectada: “Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se... Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele. O evangélicos precisaram, como nunca, ouvir esta exortação.

Soli Deo Gloria.